segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Feirão da Casa Própria movimenta R$ 21,6 mi

O Feirão da Casa Própria chegou ao fim deste domingo com recordes de público e de vendas. Durante três dias (sexta, sábado e domingo), 22,9 mil pessoas estiveram no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ao todo, foram fechados 224 negócios (R$ 21,6 milhões). O volume de contratos encaminhados chegou a 2.437, o equivalente a R$ 251,3 milhões. A expectativa era fechar e encaminhar R$ 80 milhões. Promovido pela Caixa Econômica Federal, o feirão superou todas as expectativas. Depois de passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, o evento seguirá para Goiânia, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza e Salvador.

Construtoras, imobiliárias, consultorias jurídicas, empresas de engenharia e cartórios comemoraram os bons resultados. O consumidor contou com uma série de serviços em um único lugar, com menos burocracia e mais possibilidades de negociação. Executivos da Caixa planejam reeditar a feira em 2006.

Cautela

Apesar da boa aceitação do público, a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) recomenda cuidados antes da tomada de crédito. De acordo com Rodrigo Daniel dos Santos, consultor jurídico da entidade, consórcios e poupanças programadas custam menos do que um financiamento imobiliário. “Se o mutuário não tiver como escapar, o mais indicado é pegar emprestado o mínimo possível”, diz.

A ABMH editou uma cartilha em que tira dúvidas e aconselha o mutuário a pensar duas vezes antes de assinar contrato. Uma oferta tentadora, às vezes, esconde riscos que o consumidor não percebe. “Não comprometer mais de 15% da renda familiar com a primeira prestação é fundamental porque as correções podem aumentar acima do salário”, recomenda Santos. No Brasil, o déficit habitacional é estimado em 7,2 milhões de unidades. Famílias com renda de até cinco salários mínimos respondem pela maior parte da demanda. “A solução para a falta de habitações é apoiar a compra nessa faixa da população”, completa o consultor.

Por meio de programas de incentivos colocados em prática este ano, o governo tenta recuperar o tempo perdido e a baixa eficiência do Estado na área habitacional. O esforço — voltado especialmente para as classes baixa e média — surtiu efeito até o primeiro semestre, mas vem apresentando sinais de desaceleração. “Hoje, existe muito mais recursos disponíveis no mercado do que capacidade de absorvê-los. Prova disso é a quantidade de pedidos de financiamento negados a pessoas sem capacidade de pagamento ou com o nome sujo na praça”, completa o especialista da ABMH.